segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A purga

"Cuáles son las razones ocultas que explicarian la saña persecutoria de los ultras católicos? Se trata de todo un síndrome de causas y de circunstancias que están convirtiendo el caso Pagola en un signo paradigmático de la situación actual de la Teología y de la Iglesia misma.
2/ El Jesús de Pagola llega a la gentem, conecta, provoca cambios, evangeliza y, además, cosecha éxitos enormes para este tipo de libros, con más de 80.000 ejemplares vendidos. Y eso no se lo perdonan aquellos cuyos libros sólo compran los amiguetes. Celos, pues, de escuelas teológicas enfrentadas. Celos de grandes y pequeños teólogos españoles conservadores que son incapaces de llegar a las masas, que ya no conectan, que no consiguen reevangelizar, como pide el Papa.
3/ Se ataca a Pagola no sólo por su libro, sino por ser quién es y quién ha sido: vicario general y mano derecha de monseñor Setién. Algunos obispos que hace años no se atrevían a plantarle cara a Setién (porque, en los debates abiertos, siempre les ganaba y les dejaba en evidencia), se vengan, ahora, en la cara de su ex vicario general.
4/ Otros miembros de esa galaxia neocon viven el acoso a Pagola como una forma de ayudar al héroe Munilla (denostado y públicamente humillado por su propio clero). Si Roma condena a Pagola, indirectamente se está condenando a toda la etapa pastoral anterior que él (con Setién y, después, con Uriarte) dirigió. Campo libre y despejado a la vuelta atrás. Si pagola es 'hereje', toda la galaxia que lo apoyó durante estos años, también.
5/ En este doloroso caso hay incluso razones de tipo personal. Rencillas, celos y demostraciones de poder. Una lucha que algunos dicen a muerte entre el portavoz del episcopado, Martínez Camino, y su 'señorito', cardenal Rouco, contra el grupo SM de los marianistas, que se ha permitido el lujo, durante estos últimos años, de plantarles cara con varios proyectos editoriales que no fueron del gusto del arzobispado madrileño. Fundamentalmente, el libro de Educación para la Ciudadanía de Marina, el libro sobre el Islam y, por último, el libro de Pagola. Y como en España no pueden torcer el brazo de la poderosa SM, le hacen la envolvente desde Roma.
6/ El caso Pagola está sirviendo también para que se escenifique en Roma también la lucha entre los dos modeles de Iglesia. De ahí que Ravasi, el ministro de Cultura del Papa, saliese, hace ya días, defendiendo la obra de Pagola públicamente. Parece que el jesuita Ladaria también está en esa misma órbita. Por el otro lado, empujados por Rouco, se alinean otros pesos pesados de la Curia. ¿Hacia dónde se inclinará la balanza?¿El propio Papa teólogo tendrá algo que decir al respecto y zanjar, de una vez por todas, la cuestión?
7/ Sería interesante saber qué piensa al respecto el cardenal Cañizares, teólogo, catequeta, profesor en sus tiempos como Pagola y, ahora, ministro de liturgia del Papa.
8/ Y lógicamente, tendría que ponunciarse y salir en defensa de su cura, monseñor Munilla. Al menos, hasta que Doctrina de la Fe se pronuncie. Mientras no se pronuncie, el obispo donostiarra debería conceder a Pagola el beneficio de la duda. Me cuentan que, en privado, ya lo ha hecho. Sólo le queda, hacerlo en público."


 José Manuel Vidal José Manuel Vidal

sábado, 29 de janeiro de 2011

e o espírito de deus pairava sobre as àguas


Hoje esta frase perseguiu-me durante o dia.
  A fortaleza desta linguagem poética a retratar o bulício violento dos inícios,
onde nada ainda é, mas tudo rumoreja de futuros.
Uma espécie de gravidez aquática,
este deus que paira sobre o mistério.

A Fé dos homens

O papa Bento XVI teve dúvidas a respeito do sentido do celibato sacerdotal quando era professor de teologia na Alemanha, afirma o jornal alemão "Süddeutsche Zeitung". Segundo a reportagem, o questionamento está em um documento redigido há 40 anos e que permaneceu inédito até ser publicado agora pela revista "Pipeline", órgão de difusão do círculo de ação de Regensburg (AKR, na sigla em alemão) – grupo de católicos críticos. Joseph Ratzinger era um dos signatários da carta enviada à conferência episcopal alemã.
Ratzinger tinha 42 anos quando o documento foi redigido e era professor de teologia em Regensburg.
A este propòsito vale a pena ler aqui.
http://josemariacastillo.blogspot.com/2011/01/y-si-nos-quedamos-sin-sacerdotes.html

Bento XVI , um papa do futuro

Na senda do Concílio Vaticano II, Bento XVI prossegue o diálogo intereligioso do espírito de Assis e o esforço ecuménico.
O Conselho Pontifício da Cultura (CPC) anunciou hoje o arranque oficial de um novo departamento do Vaticano, denominado «Pátio dos Gentios», que visa “favorecer o intercâmbio e o encontro" entre crentes e não crentes.
De acordo com um comunicado do CPC, organismo presidido pelo cardeal Gianfranco Ravasi, esta “estrutura permanente” vai realizar a sua primeira iniciativa nos próximos dias 24 e 25 de Março, em Paris.
O CPC anuncia ainda uma “festa” especialmente pensada para os mais jovens, tendo como tema «No pátio do Desconhecido», que vai ter lugar na catedral Notre Dame de Paris, no dia 25 de Março, com “música, espectáculos e um encontro de reflexão”, seguindo-se uma vigília de oração e uma meditação.
O «Pátio dos Gentios» (Il Cortile dei gentili) evoca o espaço homónimo que, no antigo Templo de Jerusalém, hospedava os não judeus.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Contra a vida , contra a liberdade, contra a democracia

Maçonaria branca, movimentos neonazis, extrema-direita radical estão na base dos movimentos ditos próvida, acolhidos com paixão pelos radtrads,  que em Espanha têm tido um protagonismo crescente.

Rouco, do alto da sua cátedra e rodeado de homens sem família, abençoa o neoconservadorismo católico mais radical, tridentinos e quicos à mistura, numa opção claramente política, contra a democracia e os valores do laicismo.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A paz NECESSÁRIA

"No próximo mês de Outubro deslocar-me-ei como peregrino à cidade de São Francisco, convidando a unirem-se a mim, neste caminho, os irmãos cristãos das diversas confissões, os expoentes das tradições religiosas do mundo e, em espírito, todos os homens de boa vontade”, revelou, após a recitação da oração do Angelus, no Vaticano, este Sábado.Segundo Bento XVI, a iniciativa visa “fazer memória” do gesto do seu predecessor, em 1986, que qualificou como “histórico”.
No dia que a Igreja Católica dedica ao tema da paz, o actual Papa falou da necessidade de “renovar solenemente o empenho dos crentes de todas as religiões em viver a sua própria fé religiosa como serviço à causa da paz”.A cidade de Assis, na Itália, está ligada à figura de S. Francisco (1182-1226), um dos santos mais populares no catolicismo, apresentado, entre outros, como exemplo de compromisso no diálogo entre as religiões.Referindo-se ao tema do Dia Mundial da Paz 2011, Bento XVI observou que “as grandes religiões podem constituir um importante factor de unidade e de paz para a família humana”.

E por se muove


Mas apesar disso, o papa permanece refém de um certo fantasma dos anos cinquenta e sessenta, ignorando completamente a realidade do mundo de hoje.
Quando o papa associa a utilização da pílula à promiscuidade sexual tem como referente a geração das nossas avós,  quando a pílula é hoje utilizada em larga escala pelas jovens mulheres católicas netas dessas primeiras mulheres que experimentaram, pela primeira vez na história da humanidade a possibilidade de viver a sexualidade num contexto amoroso pleno, sem as limitações da biologia reprodutiva, sem os riscos da mortalidade associada ao parto. Tal revolução foi de facto algo de absolutamente extraordinário para as mulheres de todo o mundo e não é por acaso que as mulheres adoptaram a pílula tão consistentemente e de uma forma tão sistemática.
O papa por aí ficou, algures, nos loucos anos sessenta,  mas,  em 50 anos as transformações proféticas foram tão extraordinárias, que podem ser difíceis de acompanhar por um velho homem desligado da realidade amorosa.
Hoje, calcula-se que mais de 100 milhões de mulheres no mundo inteiro usem a pílula. Apesar de todas as reacções contrárias ao seu uso, de todas as críticas e reservas, de todas as interdições ideológicas e religiosas, os seus benefícios para a saúde das mulheres são consideráveis. Em Março, um estudo britânico que envolveu 46 mil mulheres, na Universidade de Aberdeen, publicado no British Medical Journal, no Reino Unido, diz que aquelas que usaram a pílula desde os anos 60 vivem mais tempo. Aliás, desde a década de sessenta a esperança média de vida mulheres cresceu exponencialmente e só continou a ser baixa nos países em que as mulheres não têm acesso à contracepção e a cuidados de saúde reprodutiva. Mas há um outro efeito extraordinário associado à pílula - com o espaçamento das gravidezes e uma contracepção eficaz , a mortalidade infantil caiu para os níveis mais baixos de sempre.

E pur se muove.

E pur se muove

Durante curtos dias de descanso aproveitei para ler íntegralmente o livro do papa A Luz do Mundo, em versão portuguesa.
Um livro em que cada pergunta (90 no total) foi previamente acordada e onde cada palavra do papa é medida até à precisão milimétrica. Não há acasos nem desatenções - o papa responde com indicações muito precisas sobre todos os temas, incluindo os mais sensíveis e fá-lo querendo dar um linha de clareza e orientação pastoral. E o que resulta do livro é uma subtil mas inevitável tendência de abertura pastoral.  Lentamente, muito lentamente, a Igreja move-se rumo à verdade.
Para lá da questão inovadora da possibilidade da utilização do preservativo para prevenir a Sida e da aceitação da validade do método ABC, há um outro tema fracturante onde o actual papa impõe uma interpretação pastoral mais aberta.
Refiro-me concretamente à questão da contracepção.
Em primeiro lugar - um pormenor estrutural que aparece com toda a clareza no discurso de Bento XVI   e que contradiz alguns fundamentalistas mais radicais: a Igreja aceita  os métodos contraceptivos. Ou seja, o PAPA afirma que os métodos naturais, admitidos plenamente pela igreja, são métodos contraceptivos. As palavras não são minhas, mas do papa himself, que assim afasta o discurso irracional que pretendia e estabelecer diferenças artificiais entre as várias categorias classificatórias dos diversos métodos contraceptivos.
Jornalista - A Igreja católica rejeita qualquer tipo de método contraceptivo?
Bento XVI - Não. Já é conhecido que aceita todos os métodos naturais, que não são um método mas também um caminho.
Em segundo lugar o papa parece ter abandonado completamente o conceito  dos "actos moralmente ilícitos" em situação de  contracepção, de duvidosa sustentabilidade doutrinária. Pois a ser assim, seriam moralmente ilícitos todos os actos sexuais praticados por casais católicos que usam os métodos contraceptivos ditos naturais, em que existe, claramente, um comportamento consciente de clivagem entre a vertente procriativa e unitiva.
Abandonado este discurso doutrinário tão gasto como irracional,  a questão remanescente (e explicativa) da "proibição" de alguns métodos contraceptivos mais eficazes como o preservativo ou a pílula baseia-se no pressuposto errado de que a sua utilização banaliza a sexualidade ao libertar as mulheres do jugo da gravidez não controlada.
A questão da banalização da sexualidade surge então como a questão de base do discurso papal.
As palavras do papa sobre o tema têm um toque de á-vontade ao falar sobre sexo que parece surpreendente para um homem tão idoso ainda pro cima com as suas funções.
Para o velho papa, a contracepção é aceitável quando se faz partindo do pressuposto que" se tem tempo um para o outro. Que se vive uma relação de longa duração."
Ora é isso precisamente isso que sucede com os casais que usam métodos contraceptivos eficazes como a pílula.  A maior parte das mulheres que utiliza a pílula mantém uma relação de conjugalidade estável, de longa duração e uma relação de fidelidade.
Ao contrário do que o papa pensa ( preso talvez aos fantasmas da sua irrequieta juventude), hoje em dia as maiores utilizadoras da pílula são mulheres adultas casadas e com vários filhos, com relações estáveis.
Parafraseando o papa, " E isso é fundamentelmente diferente da situação em que, não se tendo nenhuma ligação interior a uma pessoa, se toma a pílula para se entregar rapidamente ao candidato seguinte".
Ora esta é uma concepção aparentemente inovadora, com um apontamento que abre caminhos e legitima a novas reinterpretações pastorais da Humanae Vitae.