"Há problemas sociais graves que tocam a vida de muita gente, que têm de ser compreendidos em todas a suas vertentes, e debatidos, com liberdade e respeito, em ordem a novas orientações e decisões.
Se não se trata de fazer e dizer para agradar, também não se pode passar ao lado e fazer silêncio por se temerem as consequências.
Quem está ainda fascinado pelos faustos históricos e só vê a Igreja como casa pacificada e bem arrumada, afasta os que podem trazer perturbação. Bento XVI mostra que não é esse o seu caminho e não pode ser esse o caminho da Igreja.
Bento XVI deu, publicamente, um passo renovador ao falar de problemas, concretos e actuais, fora dos canais tradicionais. (...) Bento XVI diz à Igreja que não há problemas que não devam ser reflectidos e que fugir às questões vitais é fugir à vida, atitude histórica de que nem sempre ela esteve isenta.Os passos dolorosos, antes e depois do Concílio, dados por teólogos eminentes; as lutas corajosas e perseverantes de alguns heróicos padres conciliares; os caminhos novos, teimosamente procurados por bispos, padres e leigos, ao longo dos últimos quarenta anos; a tentativa persistente de derrubar os muros de divisão dentro da Igreja e da Igreja com o mundo, tudo isto tem agora mais brilho e estímulo, assim esperamos."
António Marcelino, bispo de Aveiro, emérito
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